
As obras do sistema de balizamento noturno do Aeroporto Regional de Blumenau, o Quero-Quero, foram retomadas nesta segunda-feira (16). A informação foi confirmada pela Secretaria de Obras da prefeitura. A intervenção é necessária para permitir pousos e decolagens durante a noite, o que ainda não é possível atualmente.
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O retorno dos trabalhos ocorre após o Governo de Santa Catarina repassar R$ 1,5 milhão referente à terceira parcela do convênio firmado com o município. O projeto total tem investimento previsto de mais de R$ 2,8 milhões.
As obras estavam paralisadas com apenas 25% do cronograma executado. O contrato previa a conclusão do balizamento em até 120 dias após do anúncio que foi feito em abril de 2024, mas o prazo foi ultrapassado e a estrutura segue sem iluminação adequada para operações noturnas.
A ausência do sistema afeta diretamente a aviação executiva, os voos de instrução e as operações de emergência — como transporte de órgãos e resgates aéreos realizados pelo helicóptero Arcanjo, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
"Agora no inverno só conseguimos operar até 17h30 por causa do pôr do sol. Isso impacta a aviação executiva, que fica totalmente restrita", afirma Andrey Tomazi, presidente do Aeroclube de Blumenau. A instituição é uma das mais tradicionais do país e forma mais de 100 pilotos por ano.
Segundo ele, com o balizamento, o aeroporto poderia operar até as 22h e ampliar em até 30% a capacidade de pousos e decolagens. “Era para estar pronto. Essa foi a promessa”, reforça.
A limitação também compromete atendimentos de urgência realizados pelo Arcanjo 03, que atua na região com cerca de 60 missões aéreas por mês.
"Temos que calcular se dá tempo de atender a ocorrência e retornar antes de escurecer. Com o balizamento, poderíamos realizar mais resgates e com mais segurança", explica o major Jair Pereira dos Santos Junior, comandante da 2ª Companhia de Operações Aéreas.
Além do helicóptero, o batalhão opera aviões usados no transporte de órgãos e pacientes. Sem estrutura noturna em Blumenau, as aeronaves precisam pousar em Navegantes, a cerca de 55 km de distância.
Blumenau é referência estadual em transplantes, e a falta do balizamento tem causado atrasos críticos.
"Recebemos a autorização da família para a doação às 18h, mas o aeroporto já está fechado. Aí temos que usar o transporte terrestre, o que não é o ideal. Já estamos há cinco anos cobrando esse balizamento. Estamos fazendo a nossa parte, agora precisamos que eles façam a deles", afirma o hepatologista Marcelo Nogara, do Hospital Santa Isabel.
Com a liberação da terceira parcela do convênio e a retomada das obras, a expectativa é de que o balizamento seja finalizado e o aeroporto possa, enfim, operar em horário estendido, melhorando a logística aérea da região. Ainda não há previsão oficial de entrega.
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