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Blumenau, SC
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau (Sintrafite) entrou com um recurso no Tribunal de Justiça de Santa Catarina contra a decisão que determinou o fim da gestão judicial provisória da Teka Tecelagem Kuehnrich S/A e o retorno do controle da empresa aos acionistas. A empresa está em recuperação judicial desde 2012, com dívidas trabalhistas que ultrapassam R$ 292 milhões, segundo o sindicato.
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Conflito pela gestão
A decisão questionada afastou o gestor judicial Rui Otte, nomeado pela Justiça, e devolveu o comando da Teka aos administradores eleitos em assembleia pelos acionistas. O Sintrafite argumenta que a medida ignora o histórico de descumprimento do plano de recuperação e coloca em risco os créditos de cerca de 2 mil trabalhadores.
"Existe uma preocupação muito grande do sindicato dos trabalhadores. Nestes últimos meses, a gente viu uma luz no final do túnel para que essa situação fosse resolvida. Com essa gestão judicial a gente teve avanços. Porém, esse pessoal que está assumindo, não se preocuparam em momento algum em resolver as dívidas trabalhistas dos trabalhadores", disse Carlos Alexandre Maske, presidente do Sintrafite.
Dívidas e divergências
O sindicato destacou que, nos 13 anos de recuperação, a Teka não quitou sequer parte mínima das dívidas trabalhistas. Relatórios da administração judicial apontam um passivo de R$ 292 milhões, enquanto os acionistas estimam o valor em R$ 18 milhões.
A Teka é a 8ª maior empresa em recuperação judicial ativa no país e a única com mais de uma década nessa situação. O caso é comparado a processos como Oi e Odebrecht, mas com impactos mais graves aos trabalhadores, segundo o Sintrafite.
Pedido ao Tribunal
O recurso pede a manutenção da gestão judicial até a análise final do caso, alegando que a medida é essencial para proteger os direitos dos trabalhadores e a viabilidade da recuperação. O Tribunal de Justiça de SC ainda não definiu a data para julgar o agravo.
A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Teka, mas não obteve resposta até a publicação.
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