Na farmácia, no ponto de ônibus, no café do centro: todo mundo espirra. Tosses disfarçadas, nariz escorrendo, olhos lacrimejando. É o inverno chegando, e com ele, aquele velho conhecido: o aperto nos hospitais. A gente sente no corpo, mas os números também falam.
Blumenau começou junho com 100% de ocupação nos leitos de UTI adulto do SUS. E assim seguimos há três semanas. O Santo Antônio cheio. O Santa Isabel também. Em todo o Vale do Itajaí, a história se repete: Timbó, Indaial, Ibirama, Rio do Sul, Brusque... Tudo lotado.
Hoje, só o hospital de Gaspar ainda tinha duas vagas. Duas. Num universo de centenas de milhares de pessoas.
Veja a seguir o mapa de leitos UTI SUS adulto em Santa Catarina:
A Secretaria de Saúde até reforça que o sistema é em rede e que, se não tem aqui, buscam leito acolá. Mas quem já teve que esperar uma vaga para alguém da família sabe: a teoria é uma coisa, o desespero é outra.
Porque hospital cheio não é só sobre números. É sobre não ter onde ir quando o corpo não aguenta mais esperar. E nesse frio que começa a bater, talvez seja hora de lembrar que vacina não é só pra criança, e que máscara e respeito ao espaço do outro ainda são gestos de cuidado.
Se o hospital está no limite, que a gente não esteja no limite da responsabilidade.
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