
O prefeito de Blumenau resolveu se pronunciar sobre a Policlínica Regional. Disse que os R$ 30 milhões do Governo Federal são só para a obra e que a conta da manutenção, cerca de R$ 2 milhões por mês, cairia no colo da prefeitura. O discurso é duro, quase para convencer a população de que a Policlínica, que parecia uma boa notícia, talvez seja um problema.
Mas não é bem assim.
Primeiro, estamos falando de uma Policlínica Regional. São 14 municípios que seriam atendidos. Nada mais lógico do que criar um consórcio entre as cidades para dividir custos, como já acontece em outras regiões do Brasil. Não é impossível. Não é inviável. É só questão de articulação. E o Governo do Estado e o Governo Federal, também entram nessa.
Segundo: com saúde não se brinca. Se hoje Blumenau enfrenta filas para exames e consultas, imagine daqui a alguns anos sem novos investimentos estruturais. Essa Policlínica não é luxo. É necessidade.
E tem mais: quantos empregos diretos e indiretos seriam gerados com a unidade funcionando? Médicos, enfermeiros, técnicos, recepcionistas, limpeza, segurança, fornecedores. Isso movimenta a economia local. Isso traz desenvolvimento.
O que falta, na prática, é vontade política. Porque enquanto Blumenau perde tempo discutindo quem paga a conta, Indaial, Gaspar já levantaram a mão dizendo: “Se não querem, pode mandar pra cá.”
Se Blumenau abrir mão, não será por falta de recurso, mas por falta de prioridade. E nesse caso, não é exagero dizer: a conta não vai cair só no colo da prefeitura. Vai cair no colo de todo blumenauense que continua esperando meses por um exame, por atendimento digno.
Saúde não é promessa. É compromisso. E Blumenau entende isso agora ou vai engolir um investimento perdido.
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