Quem vê uma criança autista em crise no supermercado, talvez enxergue apenas “birra”.
Quem ouve um adolescente autista falar de forma diferente, talvez pense que é “malcriação”.
Quem percebe uma mãe atípica nervosa no posto de saúde, talvez diga que ela “está exagerando”.
Mas o que pouca gente vê — e quase ninguém pergunta — é:
Como posso ajudar?
A verdade é que, por trás de cada crise, cada silêncio, cada comportamento diferente, há uma batalha sendo travada em silêncio por famílias que muitas vezes estão exaustas, invisíveis e sozinhas.
Muito se fala hoje sobre terapias, medicamentos, políticas públicas.
Tudo isso é fundamental.
Mas existe algo mais simples, mais humano, mais poderoso, e ainda assim, tão raro:
EMPATIA.
Empatia é quando o seu primeiro impulso não é julgar, é compreender.
Empatia é quando você não aponta, mas oferece ajuda.
Empatia é quando você se permite olhar para o outro com o coração, mesmo que não entenda exatamente o que ele está vivendo.
E quando falamos de autismo, a empatia precisa sair do discurso bonito e ir para a prática.
Porque o capacitismo fere. A indiferença machuca. Mas o julgamento... esse pode destruir.
Imagine como é difícil viver em um mundo onde tudo é estímulo. Onde sons, luzes, toques e palavras podem desorganizar todo o seu corpo.
Agora imagine ser julgado por isso.
Ser excluído da escola, do grupo, do clube.
Ser observado como estranho.
Ser tratado como um peso.
E agora imagine ser pai ou mãe de uma criança que vive isso todos os dias — e que não sabe nem explicar com palavras o que sente.
É isso que milhares de famílias vivem diariamente.
Por isso, a empatia precisa ser o nosso primeiro passo como sociedade.
Antes da política pública. Antes da inclusão na escola. Antes do protocolo médico.
Porque sem empatia, nada disso se sustenta.
No Instituto Vinícius Ian, acreditamos que todo o cuidado começa com o acolhimento.
Cada projeto que realizamos tem como raiz esse olhar: o de reconhecer a dor do outro como legítima, e agir a partir disso.
Vivemos num mundo cheio de vaidade, pressa, competição.
Mas talvez a verdadeira evolução esteja em parar por um instante… e ser o apoio que alguém precisa para continuar.
Às vezes, não é o que você sabe.
É como você escolhe olhar.
E quando se olha com empatia, o autismo deixa de ser um desafio solitário —
e se transforma numa causa coletiva.
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