O sonho da Esther e a força da solidariedade

No último dia 1º de setembro, uma menina autista de 15 anos nos deu uma das maiores lições
de esperança e força que poderíamos ter recebido.

Esther é autista, possui deficiência intelectual, precisa de suporte diário, mas como qualquer
adolescente, ela tinha um sonho: celebrar seus 15 anos como uma princesa.
Diante das dificuldades financeiras da família, sua mãe, com o coração apertado, explicou que
naquele momento, a festa não seria possível.

Mas Esther não se entregou. Olhou para a mãe e, inspirada por um vídeo que havia visto nas
redes sociais, disse:
“Vamos vender morango do amor para eu fazer a minha festa?”
E foi assim que começou uma das mais lindas correntes de solidariedade que vimos acontecer
neste ano.

A ideia era vender mil morangos. Mas Esther vendeu pouco mais de cem. E ainda assim, o
impossível virou real.
Um vídeo simples, postado com carinho no Instagram, viralizou.
E o que veio depois foi mágico: fotógrafos, maquiadoras, decoradores, celebrante, DJ, garçons,
fornecedores, amigos e desconhecidos se uniram.

No fim, mais de 20 profissionais se envolveram. E a festa aconteceu.
Esther teve direito a tudo: dança, música ao vivo, cabine retrô, bolo de dois andares. E mais
que tudo isso: ela teve o que toda adolescente merece, ser celebrada, ser vista, ser
respeitada.

A história de Esther nos emociona porque ela escancara algo que esquecemos com frequência:
toda pessoa, independente do seu diagnóstico, carrega sonhos. E sonhar é um
direito de todos.

Mais do que realizar uma festa, a sociedade deu um recado importante: quando nos unimos,
somos capazes de vencer qualquer barreira.
Foi esse espírito que tocou também o Instituto Vinícius Ian.
Hoje, com muito orgulho, Esther faz parte do nosso time de influenciadores.
Seu novo sonho? Ser uma blogueirinha!

E se depender de nós, ela vai muito mais longe.
Quantas “Esthers” existem por aí, esperando apenas uma oportunidade?
Esperando alguém que acredite, que veja para além do laudo, para além da dificuldade?
O mundo precisa urgentemente de mais empatia na prática.
De pessoas que não apenas assistam histórias como a de Esther, mas queiram ser parte ativa
delas.

Essa coluna é uma homenagem à Esther. Mas também é um chamado.
E você já parou para pensar que talvez esteja nas suas mãos a chance de mudar o
dia de alguém?

Será que não tem algo, mesmo pequeno, que esteja ao seu alcance fazer?
Porque quando escolhemos não virar o rosto, o que parecia impossível começa, pouco a
pouco, a acontecer.