A gente costuma imaginar a violência doméstica como uma agressão física. O tapa, o empurrão, o grito. Mas a verdade é que, na maioria dos casos, ela começa muito antes disso em silêncio.
Começa com o controle disfarçado de cuidado. Com o ciúme que vira desculpa para isolar. Com o medo de contrariar. Com a manipulação emocional e até mesmo financeira. Com aquela frase que machuca mais do que um soco. Segundo a Polícia Militar, 100% dos casos de violência doméstica incluem violência psicológica. Isso mesmo. Todos.
E é justamente esse tipo de abuso que mais se esconde, mais silencia e mais mata.
Estamos em pleno Agosto Lilás, o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher e nos últimos dias já tivemos três feminicídios na região do Vale do Itajaí. Três. Sem contar as outras vidas que foram perdidas em outras regiões de Santa Catarina.
O que falta? Falta romper o silêncio antes que vire manchete. Falta entender que violência não começa com hematoma. Começa com medo.
Denunciar salva vidas. Seja pelo 190, pelo 180, ou até por você que viu, ouviu ou desconfia. Basta se importar.
E aqui vai um recado aos agressores: a lei mudou. A polícia está preparada. O botão do pânico funciona. Quem levanta a mão ou a voz contra uma mulher, mais cedo ou mais tarde, vai ter que responder por isso. E que seja cedo.
Quem ama, não mata. E quem mata, quase sempre, avisou antes. A gente só não quis ver.
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