
Desdém
"O Joinville está enfrentando na semifinal um adversário que não tem grande qualidade."
"O Blumenau, a gente entende por alguns lances do primeiro jogo, porque não subiu para a primeira divisão."
"O caminho difícil do JEC até agora foi o Criciúma."
"O futebol do Blumenau parece que estagnou. Não vai jogar muito mais do que já jogou."
"Será que 90 minutos no gigante do Sesi é muito tempo?"
"Será que o BEC tem torcedor para encher o Sesi? Lá com 3 mil lota."
Barbada
Essas foram resumidamente algumas opiniões de parte da imprensa joinvilense.
Mostra o quão limitado, no ponto de vista deles, o Blumenau é. Assim como sua torcida.
Aquele BEC do final da década de 80, especialmente a equipe vice-campeã em 1988, e que batia de frente com o JEC aqui e dentro do Ernestão, é coisa do passado.
Bairrismo
Confesso que não curto esse tipo de jornalismo.
Que agita, que provoca, que por vezes sensacionaliza.
Mas ao mesmo tempo entendo que, nessa horas, faz parte do jogo.
Cada um defende o seu produto, seu ganha-pão.
Entretanto, muitas vezes, a soberba precede a queda.
Mea culpa
Bom lembrar que os radialistas depreciam o Blumenau, mas também criticam o futebol do Joinville.
"O time é mais do mesmo, chegou até aqui aos trancos e barrancos."
Contudo, voltam a afirmar que "o caminho do Joinville ficou acessível, em um grupo com equipes pouco qualificadas".
Sabem que o JEC tem um time inconfiável, porém no entendimento deles, superior ao BEC.
Igual
Na Arena tivemos um jogo parelho.
O Joinville foi melhor no 1º tempo.
O Blumenau foi superior na etapa final.
A vantagem do empate é boa.
Você transfere a pressão para o outro lado.
Mesmo assim, está tudo aberto.
Presente
Muito se falou do desvio de Marcão que traiu Glédson no gol de Kennedy.
Só que o gol foi sofrido porque houve um erro trivial na saída de bola.
Aliás, se tem uma coisa que me deixa indignado é quando se dá a bola, de graça, ao adversário.
Concentração
A equipe saiu trocando passes na defesa e, de repente, em um lance simples, de toque curto, Emanuel, um jogador bastante atento e regular, vacilou.
O volante tentou requintar o passe com a sola do pé e armou o contra-ataque.
Esse tipo de jogo, equilibrado, decidido nos detalhes, requer um alto nível de atenção.
Aposta
Imagino que Carlos Corrêa, não deva seguir com Ronaldy - é só uma suposição.
O jovem de 21 anos até pode ter as características similares de Diego Jardel e do time como um todo, como disse o treinador na entrevista coletiva - pode até virar craque.
Ainda assim, apagado, nem de longe conseguiu suprir a ausência do experiente atleta de 35 anos, que comprovadamente, não tem um substituto à altura - o mesmo vale para Vinícius Jaú, 27 anos.
Dúvidas
Ambos fizeram tratamento intensivo durante a semana.
Em princípio, por conta da lesão muscular, não devem jogar.
Farão muita falta de novo.
Certeza
Lá era jogo para Luiz Henrique, 28 anos, que embora aparentemente não tenha pique para suportar 90 minutos, é jogador malandro, rodado, que dentro do seu estilo, cadencia o ritmo, acelera, desacelera....
De quebra pode fazer com que Gustavo Oliveira e até mesmo Emanuel tenham mais liberdade para encostar em Wellisson, pisar na área e finalizar.
Não dá para descartar que Correa comece com Caetano (23).
Outro volante, que entrou bem no norte do estado.
Mesmo jogando mais adiantado no lugar de Ronaldy, recuperou, junto com Luiz Henrique, a essência da equipe, como lembrou o treinador.
Teses
Já Yugo Masukake, 22, pode seguir entre os titulares, já que Correa entende que o japonês é o único que faz a função de Jaú pelo lado direito, além de exercer um papel tático importante.
O versátil Luketa, 24, por sua vez, pelo que temos visto, é o mais preparado para jogar - fala-se tanto em minutagem, em números, em gráficos...e as estatísticas mostram que se trata da melhor opção ofensiva.
Só que "ele rende mais pelo lado esquerdo, é a primeira opção para o lugar de Josué", alguém me falou essa semana no CT (Caio Mota e Paul Henry vêm a seguir).
É aguardar para ver qual a decisão que ele irá tomar.
De qualquer maneira, o BEC tem condições de reverter a vantagem do JEC.
Probabilidades
Em um cenário pessimista, eliminado com um empate, por exemplo, o Blumenau pode até conseguir a vaga na Série D.
Mesmo o Marcílio Dias vencendo o Figueirense - por 2 gols de diferença, no máximo.
Pois somando quartas de final e a semifinal, o BEC tem 6 pontos contra 4 do Marinheiro.
Ao empatar no número de pontos, o primeiro critério de desempate é o número de vitórias - ficaria 2 a 2.
O segundo critério é o saldo de gols - hoje o BEC tem + 2 e o Marinheiro -2.
Se o Marcílio fizer um hipotético 3 x 0, leva a decisão para os pênaltis. Com isso pode avançar para a final.
Neste caso, sobraria torcer para o Marcílio ser campeão, já que o representante de Itajaí tem vaga assegurada na Série D - logo, jogaria a Copa do Brasil, o mesmo desejo de Joinville e Figueirense.
Agora
O jogo em Itajaí vai começar duas horas depois do Sesi.
Antes de se preocupar com o resultado de lá, o Blumenau precisa provar que tem um grupo forte, com condições de passar para a final e seguir como protagonista.
Não um simples coadjuvante como desdenhou a imprensa joinvilense.


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