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Mais um acidente causado por fiação irregular em Blumenau acende o alerta para o risco permanente nas ruas da cidade. Após o caso do casal Vilmar e Nadir Coelho, que o AJ noticiou nesta segunda-feira (29), um novo relato reacende o debate sobre a responsabilidade das operadoras e do Poder Público quanto à segurança da população.
O jovem Brian Santos, de 23 anos, sofreu um acidente grave em outubro de 2024, no bairro Salto do Norte. Segundo Brian, ele conduzia sua moto a cerca de 50 km/h quando foi surpreendido por um fio na altura do pescoço. O impacto foi tão forte que sua cabeça foi prensada contra o baú da moto, resultando em ruptura parcial da musculatura do pescoço, queimadura por choque elétrico e fratura na mão direita.
"O sol estava contra o rosto e eu não consegui ver o fio. A moto acelerou até o fio arrebentar. Levei um choque e caí no chão", relembra Brian.
Ainda segundo ele, moradores do local afirmaram que a companhia de energia havia feito manutenção dois dias antes do acidente, e que o fio estava visivelmente abaixo da altura segura para pedestres e veículos. O laudo médico e os documentos do hospital e dos bombeiros confirmam que o cabo era energizado, ou seja, fazia parte da rede elétrica.
"Foi um acidente grave e, mesmo assim, quase um ano depois, o processo ainda está parado. Nada foi resolvido", afirma o jovem, que ainda carrega cicatrizes físicas do ocorrido.
No acidente de Vilmar e Nadir, ocorrido no último dia 25 de setembro, na Rua João Pessoa, o fio solto provocou um corte profundo no pescoço de Vilmar e deixou Nadir com ferimentos na coluna. O cabo já estaria caído há mais de uma hora antes do acidente, e ninguém apareceu para solucionar o problema, apesar das tentativas dos moradores de acionar as empresas responsáveis.
Ambos os casos evidenciam a falta de resposta rápida das concessionárias e a fragilidade no sistema de fiscalização.
Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (29), a Prefeitura de Blumenau, por meio do Procon, disse estar apurando o caso e prometeu aplicar medidas disciplinares contra a operadora de telefonia responsável pela fiação.
A gestão municipal também destacou a existência do Programa Limpa Fios, criado em julho, que organiza mutirões semanais para remoção e regularização de cabos em parceria com a Celesc. Segundo a Prefeitura, mais de R$ 1 milhão em multas já foram aplicadas às empresas infratoras.
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O Procon de Blumenau disponibiliza um canal via WhatsApp para denúncias de situações semelhantes: (47) 3381-7151. Segundo o órgão, qualquer cidadão pode relatar casos de risco iminente causados por fios baixos ou soltos.
Enquanto isso, vítimas como Brian e o casal Coelho aguardam justiça. As vítimas reivindicam responsabilização das operadoras e reforçam que os episódios não podem ser tratados como exceções.
"Basta andar por aí e ver os fios pendurados. Parece que a cidade está cheia de armadilhas", desabafa Vilmar.
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