O que começou como uma forma de passar o tempo durante o isolamento da pandemia se transformou em uma paixão profunda e, agora, em um sonho de vida. Aos 21 anos, a gasparense Bárbara Planca, estudante de Artes Visuais da Universidade Regional de Blumenau (Furb), encontrou na pintura não apenas uma habilidade, mas um chamado.
“É um sentimento intrínseco que sinto fazendo arte e acho que não sentirei isso realizando qualquer outra coisa”, revela.
Bárbara começou a desenhar durante os primeiros meses da pandemia da Covid-19, ainda confinada em casa. O lápis no papel logo deu lugar a outras técnicas e, com o tempo, nasceu uma pintora.
Hoje, além dos estudos e do trabalho na área de assistência social, ela se dedica à produção de retratos realistas, com foco em pessoas e animais, muitas vezes feitos sob encomenda. Um dos primeiros quadros realistas que ela fez foi a de uma mãe e um bebê.
"Foi muito legal fazer, porque foi um presente surpresa para essa mãe. Ela adorou ter a família representada pela minha obra".
Autodidata na maior parte do processo, ela vem desenvolvendo um estilo próprio, marcado por delicadeza, precisão e um olhar atento aos detalhes humanos.
"Comecei com desenho, logo fui me aprimorando com outras técnicas, até chegar à pintura", conta.
Atualmente, Bárbara está mergulhada em um novo projeto: uma série de telas sobre o envelhecimento. Por meio de pinceladas cuidadosas, ela retrata como o tempo se imprime no corpo e na alma das pessoas, explorando rugas, expressões e memórias visuais que carregam histórias.
“O que mais me interessa é como o tempo passa por nós. Durante dois anos trabalhei no Centro de Convivência de Idosos de Gaspar e com o convívio com os idosos mudei bastante os meus pensamentos sobre a vida em si, como o tempo corre, o que fazemos com o tempo que temos. As histórias deles me mudaram bastante”, afirma.
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Embora a arte ainda não seja sua principal fonte de renda, Bárbara trabalha para mudar isso. Ela divide o tempo entre a pintura e o trabalho na assistência social, e sonha com o dia em que poderá se dedicar exclusivamente à produção artística.
“É muito difícil, ainda mais no Brasil, mas desde que descobri esse talento, estou buscando me profissionalizar e seguir nesse caminho. Meu maior sonho é conseguir viver da minha arte.”
Apesar dos obstáculos, ela se mantém firme e cada nova tela é também um passo na direção de um futuro construído com cor, sensibilidade e propósito.
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