Aos 27 anos, o padre Gabriel Natan, vigário da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro Fortaleza, em Blumenau, tem um objetivo claro: quebrar barreiras entre os jovens e a Igreja. Em meio a um cenário onde muitos jovens se sentem distantes da fé ou até mesmo indiferentes às práticas religiosas, ele acredita que o caminho para a reconexão passa por diálogo, presença e empatia.
Com uma presença ativa nas redes sociais e participação em eventos voltados para a juventude, o sacerdote procura levar a mensagem cristã de maneira acessível, sem perder sua essência. Com empatia e autenticidade, ele busca falar a linguagem de quem, muitas vezes, já desacreditou da fé.
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O que levou você, ainda jovem, a seguir a vocação sacerdotal em um tempo em que tantos jovens parecem distantes da vida religiosa?
Desde cedo, percebi que havia em mim um desejo profundo de me doar aos outros e de encontrar um sentido maior para a vida. No meio das inquietações da juventude, encontrei na Igreja um espaço de acolhida, escuta e também de desafio. Foi ali que experimentei o chamado de Deus de forma concreta, por meio da oração, do serviço e do testemunho de outros sacerdotes. Não foi uma escolha fácil ou óbvia, principalmente num tempo em que tantas vozes nos puxam para caminhos opostos. Mas quando a gente encontra Jesus de verdade, tudo muda e nasce o desejo de gastar a vida por Ele e pelo seu povo.
Quais são os principais desafios que você enfrenta hoje ao dialogar com a juventude dentro da Igreja?
Um dos maiores desafios é lidar com a desconfiança ou indiferença que muitos jovens têm em relação à Igreja. Vivemos em uma cultura marcada pelo imediatismo, pelo ruído constante e por uma busca intensa por sentido, mas muitas vezes em lugares errados. Às vezes, o jovem se sente julgado ou não se identifica com a linguagem que usamos. Por isso, o desafio é criar pontes, escutar de verdade, estar presente onde eles estão, sem perder a profundidade do Evangelho. Dialogar com a juventude exige paciência, autenticidade e muita empatia.
Como a Igreja pode se tornar mais próxima e acessível aos jovens sem perder a essência de sua doutrina e tradição?
Acredito que a chave está na escuta e no testemunho. A doutrina da Igreja é belíssima e profundamente libertadora, mas ela precisa ser apresentada com amor, clareza e vivência concreta. Quando o jovem vê que aquilo que pregamos é algo vivido de verdade, ele se interessa. Precisamos tornar acessível o essencial do Evangelho, sem diluir a fé. Isso exige criatividade pastoral, proximidade nas realidades juvenis e, acima de tudo, uma presença que inspire confiança. O jovem não quer discursos, ele quer coerência e verdade.
Você acredita que as redes sociais podem ser aliadas na evangelização? Como você utiliza essas plataformas no seu ministério?
Com certeza. As redes sociais são hoje uma grande praça pública onde os jovens estão presentes, buscam sentido, compartilham dores e alegrias. Ignorar esse ambiente seria perder uma oportunidade preciosa de evangelização. Eu procuro usar as redes para anunciar a fé de maneira leve, direta e próxima, sem deixar de aprofundar. Compartilho mensagens, trechos do Evangelho, reflexões, momentos do meu ministério e também escuto muito o que as pessoas trazem ali. A evangelização digital não substitui o encontro pessoal, mas pode ser um belo começo.
O que a fé católica pode oferecer aos jovens que hoje enfrentam crises de identidade, ansiedade e solidão?
A fé nos oferece um lugar de pertença, uma identidade enraizada no amor de Deus e um sentido maior para a vida. Quando um jovem descobre que é profundamente amado por Deus, mesmo com suas fragilidades, isso muda tudo. A fé não apaga os sofrimentos, mas dá um horizonte de esperança e um caminho de superação. A comunidade, os sacramentos e a espiritualidade ajudam o jovem a lidar com suas angústias e a encontrar um sentido que vai além do imediato. A Igreja pode e deve ser esse espaço de acolhida, escuta e luz para quem está em crise.
Não devemos nos esquecer que Jesus é o centro da nossa vida, Ele conhece o nosso coração! Ele caminha conosco.
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