E se, desde criança, você fosse ensinado a esconder quem é — apenas para ser aceito?
Essa é a ferida silenciosa de muitos autistas: a constante tentativa de adaptação forçada. E é
por isso que o 18 de junho, Dia do Orgulho Autista, é tão necessário.
Nessa data, o mundo para e ouve, não sobre o que o autista “deveria ser”, mas sobre quem ele
já é — por inteiro.
Criado em 2005 por um movimento de pessoas autistas, o Dia do Orgulho Autista é um
contraponto ao silêncio social. Ele afirma que autismo não é erro de sistema: é uma variação
legítima da existência humana. Não se trata de negação dos desafios. Trata-se de reconhecer
que ter autismo não diminui ninguém. Apenas torna o mundo mais diverso.
Aqui em casa, isso tem nome e rosto: Vinícius Ian, meu filho. Autista nível 2 de suporte,
Vinícius não precisa ser corrigido — precisa ser compreendido, respeitado e estimulado. E é
por ele que fundamos o Instituto que leva seu nome: para que outras famílias não caminhem
sozinhas.
Mas ainda estamos engatinhando. No Brasil, milhares de crianças enfrentam filas
intermináveis por terapias, diagnósticos tardios e escolas despreparadas. A lógica do “incluir”
ainda é muitas vezes só discurso.
Lá fora, o cenário é diferente — e inspirador.
Nos Estados Unidos, o diagnóstico é feito precocemente, e o Estado garante planos de
intervenção individualizados (IEP) nas escolas públicas, com acesso gratuito a profissionais
como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
Na França, o autismo é reconhecido como questão de saúde pública, e o governo oferece
centros multidisciplinares gratuitos para diagnóstico e acompanhamento intensivo.
Em países como a Dinamarca e Noruega, autistas têm acesso garantido a tratamento
terapêutico, programas sociais de integração, além de suporte financeiro às famílias.
E em Portugal, desde 2022, o TEA foi oficialmente incluído como uma condição prioritária para
políticas públicas de inclusão educacional e de saúde.
Por que tudo isso importa? Porque o orgulho só é possível onde há respeito. E respeito exige
estrutura, política pública, sensibilidade e ação.
O Dia do Orgulho Autista não é uma celebração da dor — é uma afirmação da dignidade.
Que a gente aprenda com quem já avançou, para que nenhum autista brasileiro precise lutar
apenas para existir.
Acompanhe o Instituto Vinícius Ian no Instagram: @institutoviniciusian. Vamos juntos
transformar empatia em movimento.
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