A pista está lá. Os aviões também. O que não está — ou melhor, está parado — é o balizamento noturno do Aeroporto Quero-Quero. E Blumenau segue assim: com um aeroporto que funciona só até o fim da tarde, como se ainda vivesse em 1970, ano em que a pista foi inaugurada.
Era pra ser diferente. Em abril de 2024, veio o anúncio de R$ 2,8 milhões do Governo do Estado para terminar a instalação do tão esperado sistema de iluminação. Com ele, voos noturnos seriam realidade. Mais segurança, mais flexibilidade, mais vida salva em operações de emergência.
Mas hoje, passados mais de um ano do prazo prometido para a conclusão, o que temos? Só 25% da obra feita e a pista escura.
No inverno, o sol vai embora antes das seis. E junto com ele, vai a chance de formar pilotos à noite, fazer pousos executivos, transportar órgãos, salvar vidas. O helicóptero Arcanjo precisa calcular se dá tempo de ir e voltar antes do escurecer. Caso contrário, não voa. O transplante noturno? Vai de ambulância, mesmo que o órgão tenha prazo para ser usado.
Parece absurdo, né? E é.
O Aeroclube, que forma mais de 100 pilotos por ano, está limitado. O Corpo de Bombeiros está limitado. O Hospital Santa Isabel, referência em transplantes, está limitado. Blumenau inteira está limitada. E não é por falta de estrutura: é por falta de compromisso com uma obra simples, que já deveria estar entregue.
A Prefeitura diz que o Estado vai liberar mais R$ 1,5 milhão no dia 18 de junho. Tomara. Mas enquanto isso, o aeroporto segue funcionando só de dia.
Por enquanto, só os quero-queros têm autorização pra pousar e decolar quando bem entendem.
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