O influenciador Gustavo Foganoli, de 23 anos, decidiu recentemente parar de fumar. O jovem, que tem mais de 5 milhões de seguidores no TikTok e 1,5 milhão no Instagram, começou a compartilhar na internet a saga para largar o vício do cigarro eletrônico.
Conforme vídeo divulgado por ele nas redes, o cigarro branco entrou na sua vida quando tinha 14 anos e, depois de algum tempo, o jovem passou a usar diariamente os 'PODs', cigarros eletrônicos.
"Fazem nove anos que eu fumo e sempre evitei expor isso na internet, pois sei que influencio muitos jovens. Tive uma infância bem turbulenta e foi na nicotina que encontrei uma válvula de escape para o meu estresse", comentou.
Segundo Foganoli, ele acordava de madrugada para fumar. "Virou parte do meu corpo. Não conseguia ficar 30 minutos sem fumar'. Não conseguia largar o 'POD', nem mesmo para descer na portaria do prédio para buscar IFood", lembra.
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Após expor o vício nas redes sociais, o influenciador recebeu apoio dos seguidores e começou um movimento na internet chamado 'Sem Nicotina'. Segundo Foganoli, a ideia é influenciar outras pessoas, especialmente jovens, a largarem os cigarros eletrônicos.
"A ideia é postar vídeos de como está sendo parar de fumar e as pessoas dentro dessa hashtag comentam, compartilham e se ajudam. Não é uma batalha fácil. É muito difícil largar a nicotina, mas se todo mundo se ajudar e ser forte a gente consegue. Só tem duas opções: um dia ou dia um".
Nos comentários, é possível identificar pessoas que já conseguiram largar o vício e outras que se entusiasmaram com o desafio. "Aaaaah, que decisão incrível!!!! Muita força! Eu também passei pelo vício do pod e foi super difícil parar. Mas o que eu posso te dizer é que É POSSÍVEL!", comentou uma.
Já outros disseram: "To com você nessa", e "Migrei do cigarro branco para os pods eletrônicos e me via na mesma maneira que você se viu. Não desgrudava de forma alguma".
C.T, de 34 anos, era fumante há mais de dez anos. Também começou com os cigarros tradicionais e depois chegou ao uso dos eletrônicos. Há quase um ano, ele largou todo tipo de consumo de nicotina. "A vida melhora. Perdi três anos da minha vida fumando Vape e Pod. Agora que estou do outro lado vejo a diferença, mas quando está fumando parece normal", relatou.
Já para L.M, de 20 anos, o uso dos cigarros eletrônicos serviu para "se enturmar". Ela ainda faz uso dos dispositivos, mas tem vontade de parar.
"Podem dizer que era 'modinha' e influência mesmo. Comecei usando Shisha, depois a galera mudou para o Vape, comprei, depois Pod, comprei também para experimentar. Sinto que se tornou um vício desde quando não largava mais para fazer coisas simples do dia a dia. Não conseguia mais ir em uma festa sem ter isso comigo. Eu tenho vontade de parar, pois sei que isso atrapalha minha qualidade de vida. Não consigo correr por muito tempo, por exemplo".
Em Blumenau, a Secretaria de Saúde oferece um Programa para o Controle do Tabagismo. A cidade conta com 116 Unidades de Saúde capacitadas para atender o usuário tabagista que deseja parar com o uso do tabaco e do cigarro eletrônico por meio de atendimento em grupo ou individual.
Segundo a Prefeitura de Blumenau, além das unidades da atenção básica, há unidades da atenção especializada que também proporcionam o atendimento para público específico, tanto individual quanto em grupo, entre elas o Centro de Saúde do Idoso, o Serviço de Atenção Domiciliar, o CAPS II, o CAPS AD e o Hospital Vila Misericórdia.
Conforme a Secretaria de Saúde, para o tratamento, o município conta com os insumos disponibilizados pelo Ministério da Saúde que são: Bupropiona, adesivos de nicotina e goma de mascar. A medicação só será dispensados ao usuário conforme prescrição médica após avaliação do grau de comprometimento com o tabaco. O usuário somente poderá acessar aos insumos do se estiver inscrito e participando do programa.
Ainda, segundo a Secretaria de Saúde, embora os grupos aceitem os usuários de cigarro eletrônico, o município aguarda a orientação do Ministério da Saúde em relação ao tratamento de insumos para esse grupo.
A cidade conta, atualmente, com aproximadamente 460 pessoas inscritas no Programa do Controle do Tabagismo, que são acompanhadas nos serviços de saúde.
O consumo de cigarros eletrônicos no Brasil apresentou um aumento nos últimos quatro anos. Um levantamento recente da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) aponta que 2,2 milhões de adultos disseram ter consumido os dispositivos para fumar até 30 dias antes da pesquisa. Já em 2018, eram menos de 500 mil consumidores.
Ainda, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou a epidemia do tabagismo entre as maiores ameaças à saúde pública que a humanidade já enfrentou. No mundo, os fumantes hoje são 1,3 bilhão, além disso, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Desses, cerca de 1,3 milhão são vítimas do fumo passivo, ou seja, que convivem com fumantes.
A Anvisa manteve a proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também conhecidos como cigarros eletrônicos. A decisão saiu no dia 19 de abril e é resultado do processo regulatório que revisou a regulamentação desses produtos no país e as informações científicas mais atuais disponíveis sobre esses equipamentos.
A atualização da norma proíbe a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de todos os dispositivos eletrônicos para fumar. Com isso, qualquer modalidade de importação fica proibida, inclusive para uso próprio e na bagagem de mão do viajante.
O regulamento aprovado não alcança a proibição do uso individual. É importante lembrar, porém, que o uso de qualquer dispositivo fumígeno é proibido em qualquer ambiente coletivo fechado, desde 1996, conforme previsto na Lei 9.294/1996.
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