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Parcela de famílias que pagam aluguel sobe 25% em 8 anos, mostra IBGE

De 2016 a 2024, diminui número de moradores em casa própria quitada

22/08/2025 às 11h02 Atualizada em 22/08/2025 às 11h06
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
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© Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

Apesar de a maioria dos brasileiros morar em casa própria já quitada, o país assistiu, nos últimos oito anos, crescer em 25% a proporção de famílias que pagam de aluguel . Ao mesmo tempo, a parcela de lares que podem ser chamados de “meu” diminuiu 8% .

Em 2016, quando o país tinha 66,7 milhões de domicílios, 12,3 milhões eram alugados, o que representa 18,4% dos lares . Em 2024, o Brasil tinha 77,3 milhões de residências, sendo 23% deles (7,8 milhões) alugados . Esse aumento de 4,6 pontos percentuais equivale a 25%.

Em relação à casa própria já paga, a proporção caiu de 66,8% para 61,6% no período . Em 2024, o país tinha 47,7 milhões de residências próprias.

A constatação faz parte de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) .

Em número absoluto de moradores, os que pagavam aluguel passaram de 35 milhões para 46,5 milhões em oito anos . Já os que moravam em casa própria quitada diminuíram de 137,9 milhões para 132,8 milhões no período .

Concentração

De acordo com o analista da pesquisa, William Kratochwill, a evidência de que há mais pessoas pagando aluguel proporcionalmente é indício de concentração de riqueza.

“É uma concentração da posse de domicílios para um grupo menor”, diz. Segundo ele, o aumento da concentração é “algo histórico e social”.

“Se não se criam oportunidades para a população adquirir o seu imóvel, e a pessoa continua querendo ter sua independência, ter sua família, como faz isso se não consegue adquirir um bem? Ela tem que partir para o aluguel”, analisa.

O pesquisador, no entanto, reconhece que dados recentes, do próprio IBGE , mostram crescimento no rendimento dos brasileiros.

Ele acredita que, se for mantida a evolução por longo prazo, as pessoas terão mais condições para ter a casa própria . “As condições para as pessoas avançarem na compra de domicílios vai acontecer”, projeta.

Kratochwill pondera ainda que há casos de pessoas que “alugam seu próprio apartamento para morar em outro alugado”.

A Pnad identificou também que, em 2024, 6% dos domicílios eram próprios, mas ainda sendo pagos; 9,1%, cedidos; e 0,2% em “outra condição”.

 

Distribuição percentual dos domicílios em 2024 - por condição de ocupação
Já quitado pelo morador 61,6%
Alugado 23%
Ainda sendo pago 6%
Cedido 9,1%
Outra condição 0,2%

Troca de casa por apartamento

O IBGE constatou que nos últimos anos, o brasileiro tem trocado casa por apartamento. Em 2016, 13,7% dos domicílios eram apartamentos. Oito anos depois, a proporção subiu para 15,3% dos 77,3 milhões de residências .

As casas ainda são imensa maioria, mas, em proporção, caíram de 86,1% para 84,5%.

Em 2024, eram 183,3 milhões de brasileiros morando em casas; e 28,2 milhões, em apartamentos.

 

De acordo com Kratochwill, a proporção crescente de brasileiros em apartamentos faz parte do processo de concentração urbana existente.

“As pessoas querem viver próximo ao seu trabalho, aos serviços, às benesses que o centro urbano produz. Como o espaço terra é limitado, a maneira que há de crescer é aumentar a produtividade da terra, ou seja, constrói vários imóveis um em cima do outro, são os apartamentos”, explica.

O pesquisador atribuiu também como um dos fatores da tendência o elemento “violência”.

“Às vezes, os condomínios buscam aumentar a segurança para os residentes, dando infraestrutura de lazer nesses empreendimentos. Então, tudo isso incentiva a construção de apartamentos em detrimento de casas.”

A Pnad identificou 0,2% dos lares sendo “habitação em casa de cômodo, cortiço ou cabeça de porco”, tanto em 2016 quanto em 2024.

População total

A edição especial da pesquisa identificou que o país tinha 211,9 milhões de habitantes em 2024. Quase metade (42%) dos moradores vivia na Região Sudeste em 2024. São Paulo é o estado com maior número de moradores, quase 46 milhões de pessoas, o que representa 22% da população do país.

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