Essa semana, uma amiga me procurou emocionalmente exausta, física e mentalmente. Seu filho, de 7 anos, havia recebido o diagnóstico de autismo nível 2 de suporte. Mais do que um papel com termos técnicos, ela recebeu um vazio.
Nenhuma orientação. Nenhum encaminhamento. Nenhuma escuta. Apenas o peso de uma palavra, autismo, e a solidão que a acompanhou. “Ele não consegue se conectar com os colegas. Se sente excluído. E eu me sinto perdida”, ela
disse. Infelizmente, essa história não é exceção. É regra.
Milhares de famílias recebem o diagnóstico e, em vez de acolhimento, enfrentam um deserto de informação, apoio e direcionamento. Mães e pais vivem o luto de uma expectativa, mergulham em dúvidas e, muitas vezes, sofrem calados, porque não sabem nem por onde começar.
O diagnóstico não é o fim. É o começo. Mas ninguém caminha bem sozinho nesse início.
E é exatamente por isso que nasceu o Instituto Vinícius Ian — do diagnóstico do meu filho,
aos dois anos de idade.
Assim como essa mãe, eu e minha esposa também ficamos perdidos. Sentimos medo. Raiva.
Insegurança. Mas foi desse abismo que nasceu o nosso porquê.
Ninguém mais deveria passar por esse processo sem acolhimento.
Hoje, o Instituto atua para que o diagnóstico seja um ponto de partida e não um ponto
final. Com orientação jurídica gratuita, apoio emocional, projetos sociais e conexões reais,
acolhemos famílias para que possam seguir com mais leveza, informação e força.
Mas não basta só o nosso trabalho.
O poder público precisa entender que não é aceitável entregar um laudo e virar as
costas.Não é papel da família “descobrir sozinha” os caminhos da inclusão, das terapias, da rede de
direitos. Precisamos de protocolos públicos pós-diagnóstico, com equipes multidisciplinares, acesso
a profissionais capacitados, mapeamento de terapias disponíveis, escuta ativa e suporte real —
não um carimbo.
Também precisamos, como sociedade, abandonar o discurso raso de que “inclusão é
importante”. Incluir não é apenas aceitar. É agir.
É abrir espaço na escola, no parquinho, na sala de espera, na mesa de conversa.
Incluir é perguntar: como posso ajudar você e seu filho hoje?
Enquanto isso não acontece, famílias continuam se afundando no cansaço, no medo e, pior, no
abandono.
Precisamos fazer mais. Precisamos fazer agora.
Se você conhece uma família que acabou de receber um diagnóstico, não diga que tudo vai
dar certo.
Diga: “Você não está sozinha. Vamos caminhar juntos.”
E se puder, indique o Instituto Vinícius Ian.
Nós estamos aqui para isso.
Atendimento: (47) 3091-2778
Instagram: @institutoviniciusian
Porque o autismo é para a vida toda — e o acolhimento também precisa ser.
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