Blumenau tem se consolidado como um dos destinos turísticos mais importantes do Sul do Brasil. Se antes o grande atrativo era a Oktoberfest, maior festa alemã das Américas, hoje a cidade se destaca também por sua programação cultural ao longo de todo o ano, pelas experiências ligadas às tradições germânicas e pelo turismo integrado com a região do Vale Europeu.
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Para entender os bastidores dessa transformação, o AJ Entrevista conversou com Guilherme Guenther, diretor-geral do Parque Vila Germânica. Ele falou sobre o crescimento do turismo, os investimentos em eventos como Natal e Páscoa, a valorização de fornecedores locais, os planos para o parque e o cenário atual do setor em Santa Catarina.
A Oktoberfest Blumenau é considerada a maior festa alemã das Américas. O que mudou nos bastidores da organização nos últimos anos e quais são os desafios para manter o evento relevante e competitivo?
A Oktoberfest Blumenau vem passando por um processo constante de inovação. A digitalização dos processos, o fortalecimento das parcerias com a iniciativa privada e o foco na experiência do visitante foram pontos-chave. Um grande desafio é manter a tradição sem perder o frescor, por isso, buscamos trazer novidades todos os anos, como novos setores, integração com outras manifestações culturais e melhorias na mobilidade e acessibilidade. A sustentabilidade e a valorização dos fornecedores locais também têm ganhado protagonismo na organização.
Como a cidade tem trabalhado o turismo fora de temporada, especialmente com eventos como o Natal e a Páscoa em Blumenau?
Esses eventos têm um papel estratégico no calendário turístico. O Natal em Blumenau e a Páscoa se consolidaram como momentos de grande apelo familiar, com programação gratuita, decoração temática e atrações culturais. A intenção é fortalecer o fluxo turístico durante o ano inteiro, gerar impacto positivo para o comércio local e ampliar o tempo de permanência dos visitantes. Cada vez mais, essas ações são pensadas de forma integrada entre as secretarias municipais e com apoio de entidades do setor produtivo.
Blumenau tem se destacado por valorizar fornecedores e talentos locais na realização de grandes eventos. Isso também é uma estratégia de fortalecimento econômico regional?
Com certeza. Valorizar o que é produzido na cidade e na região é uma forma de fortalecer a cadeia produtiva local, gerar empregos e distribuir renda. Essa escolha estratégica também reforça a identidade da festa, tornando a experiência mais autêntica para quem nos visita. Desde a cenografia até os trajes típicos, passando pela gastronomia e pelos serviços técnicos, procuramos sempre priorizar quem é da região.
O Parque Vila Germânica é o coração dos grandes eventos da cidade. Há planos de expansão ou novos usos para o espaço ao longo do ano?
O Parque Vila Germânica é um equipamento versátil, que recebe desde eventos nacionais até feiras, congressos e exposições. Ao longo do ano, estamos sempre buscando ampliar o uso do espaço, seja com novos eventos, ações culturais, ocupação da área externa ou parcerias público-privadas. Há estudos contínuos de melhoria da infraestrutura, pensando tanto no conforto do visitante quanto no potencial econômico do local.
O Vale Europeu como destino integrado tem ganhado força. Como Blumenau se posiciona dentro desse contexto regional e quais são as oportunidades de atuação conjunta com cidades vizinhas?
Blumenau é um dos principais portais de entrada para o Vale Europeu e trabalha de forma colaborativa com os demais municípios da região. Acreditamos na força do turismo integrado e na importância de fortalecer roteiros que combinem natureza, cultura e gastronomia. Iniciativas como a Rota do Enxaimel, o Cicloturismo e o Turismo Rural têm ganhado visibilidade justamente por essa atuação conjunta, que oferece ao visitante uma experiência rica e diversa.
A experiência do turista mudou. O que Blumenau tem feito para atrair o novo perfil de visitante, mais conectado, exigente e em busca de experiências autênticas?
Temos investido em comunicação digital, em ferramentas de autoatendimento, sinalização turística e ações interativas nos eventos. A experiência do visitante está no centro da nossa estratégia. Buscamos proporcionar vivências autênticas, que conectem o turista à cultura local de forma afetiva. A gastronomia típica, as oficinas culturais e o contato com os bastidores dos eventos são exemplos disso. Também estamos atentos às demandas por sustentabilidade e inclusão.
Qual é sua avaliação sobre o cenário atual do turismo em Santa Catarina, especialmente após os impactos da pandemia, e quais são as tendências que você enxerga para os próximos anos?
O turismo em Santa Catarina demonstrou uma grande capacidade de retomada, impulsionado pela diversidade de destinos e pela segurança dos atrativos. A pandemia acelerou transformações no comportamento do turista e exigiu inovação do setor. As tendências apontam para o crescimento do turismo de experiência, do turismo regional, das viagens mais curtas e das ações sustentáveis. O estado tem um enorme potencial para crescer com equilíbrio, respeitando suas identidades culturais e naturais.
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