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Fome e sede

Para chegar ao acesso, é preciso muito mais do que técnica

04/07/2025 às 10h00 Atualizada em 04/07/2025 às 15h54
Por: Emerson Luis
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Foto: Richard Ferrari/BEC
Foto: Richard Ferrari/BEC

Teoria

Antes da bola rolar na patota desta semana no Planet Ball, um parceiro me disse que nosso time estava muito forte.

Concordei.

Arma

Tanto é que sugeri a troca dos goleiros, pois isso poderia equilibrar a partida.

Afinal, o nosso defensor é mais novo, mais ágil, sabe jogar com os pés, bate bem na bola, um goleiro-linha do futsal.

Salto alto

A partir daquele instante, começamos a perder o jogo.

O menosprezado adversário, entrou no jogo bem mais focado, vibrante e aguerrido.

Passou a ganhar todas as divididas.

Quando fomos acordar, já estava 3 x 0.

Soberba

Mesmo assim, faltando 20 minutos para terminar a partida, pedi calma aos companheiros, pois havia tempo para empatar e virar.

Quando levamos o jogo à sério, igualamos o placar.

No entanto, depois de mais uma desligada, tomamos um gol atrás do outro e, desnorteados, jogamos a toalha.

Sede 

O outro time queria vencer muito mais do que o nosso.

Foi efetivo, decisivo, com seu feijão com arroz bem temperado e concentrado.

O goleiro meia-boca deles?

Fechou o gol.

Fome

Já faz um tempo que mudei minha concepção sobre favoritismo no futebol.

O principal ponto é que existe do outro lado alguém com o mesmo objetivo: vencer, chamar a atenção.

Pais de família e jovens em busca de uma oportunidade melhor.

Que diante da desconfiança, do descrédito, geralmente por conta de salário e estrutura inferiores, com pouca ou quase nenhuma visibilidade na mí­dia, precisam ralar mais do que os outros.

Prato de comida

Guardadas as devidas proporções do futebol profissional com o futebol recreativo, foi o que aconteceu em Porto União. 

E de uma maneira mais sutil, em Brusque.

O Porto sempre esteve mais a fim de vencer o jogo do que o Metropolitano.

Ganhou na imposição, na raça.

Suplantou, com méritos, a soberba e a displicência blumenauenses.

Goleiro Heverton do Porto: Foto: FCFTV

Ambição

No fim, o protagonismo aos avessos do goleiro Heverton, que fez seu primeiro jogo profissional, com 44 anos, mascarou, na mídia estadual, o pobre desempenho coletivo da equipe de Evandro Guimarães.

O Porto lutou demais, acreditou sempre. 

Menosprezo

Contudo, nada justifica a apatia e a desorganização em campo.

Os jogadores acharam que podiam ganhar o confronto a qualquer momento. 

Na falta de imaginação e de qualidade, especialmente na etapa final, o Metrô apelou para os inócuos chuveirinhos. 

Que de tão frágeis, consagraram a atuação de Heverton (que fez uma única defesa difícil no 1º tempo).

Salvador

Um goleiro que foi inscrito às pressas, porque o titular Victor Hugo, 18 anos, depois de tomar 15 gols em 4 jogos acabou deixando o clube, e o reserva, Andrey, de 17 anos, possivelmente não estava pronto - ficou no banco.

Bem provável que ao longo de sua trajetória, Heverton tenha sido mais exigido em um jogo do futebol amador (defende equipes de Porto União e União da Vitória) do que na última quarta-feira (2).

Atitude

No caso do BEC, foi bom perder.

Para entender que só na técnica não vai dar.

Que é preciso ter o mesmo apetite do oponente.

Lição 

O time até jogou bem no primeiro tempo - tirando a falha de marcação e atenção na leitura da jogada ensaiada que redundou no gol.

Tanto é que o goleiro Airon impediu a abertura do placar.  

Porém, de maneira preocupante, caiu de produção na etapa final.

Muleta

Mesmo com alguns jogadores culpando o campo sintético e a retranca do adversário, não dá para tirar o mérito do Carlos Renaux.

A equipe brusquense jogou com alma, com sangue no olho.

O Blumenau não encarou dessa forma.

Aviso

Quem não comprar a ideia e humildemente entender como se joga uma segundona catarinense, pode se dar mal num futuro mata-mata.    

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Emerson Luis
Sobre o blog/coluna
Jornalista com ampla experiência na cobertura esportiva, Emerson Luis assina uma coluna de opinião dedicada ao esporte no Vale do Itajaí. Com olhar crítico, linguagem direta e paixão pelo que faz, analisa os bastidores, os destaques e os desafios do cenário esportivo regional. Mais do que informar, busca provocar reflexões e valorizar os protagonistas do esporte local.
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