Teoria
Antes da bola rolar na patota desta semana no Planet Ball, um parceiro me disse que nosso time estava muito forte.
Concordei.
Arma
Tanto é que sugeri a troca dos goleiros, pois isso poderia equilibrar a partida.
Afinal, o nosso defensor é mais novo, mais ágil, sabe jogar com os pés, bate bem na bola, um goleiro-linha do futsal.
Salto alto
A partir daquele instante, começamos a perder o jogo.
O menosprezado adversário, entrou no jogo bem mais focado, vibrante e aguerrido.
Passou a ganhar todas as divididas.
Quando fomos acordar, já estava 3 x 0.
Soberba
Mesmo assim, faltando 20 minutos para terminar a partida, pedi calma aos companheiros, pois havia tempo para empatar e virar.
Quando levamos o jogo à sério, igualamos o placar.
No entanto, depois de mais uma desligada, tomamos um gol atrás do outro e, desnorteados, jogamos a toalha.
Sede
O outro time queria vencer muito mais do que o nosso.
Foi efetivo, decisivo, com seu feijão com arroz bem temperado e concentrado.
O goleiro meia-boca deles?
Fechou o gol.
Fome
Já faz um tempo que mudei minha concepção sobre favoritismo no futebol.
O principal ponto é que existe do outro lado alguém com o mesmo objetivo: vencer, chamar a atenção.
Pais de família e jovens em busca de uma oportunidade melhor.
Que diante da desconfiança, do descrédito, geralmente por conta de salário e estrutura inferiores, com pouca ou quase nenhuma visibilidade na mídia, precisam ralar mais do que os outros.
Prato de comida
Guardadas as devidas proporções do futebol profissional com o futebol recreativo, foi o que aconteceu em Porto União.
E de uma maneira mais sutil, em Brusque.
O Porto sempre esteve mais a fim de vencer o jogo do que o Metropolitano.
Ganhou na imposição, na raça.
Suplantou, com méritos, a soberba e a displicência blumenauenses.
Ambição
No fim, o protagonismo aos avessos do goleiro Heverton, que fez seu primeiro jogo profissional, com 44 anos, mascarou, na mídia estadual, o pobre desempenho coletivo da equipe de Evandro Guimarães.
O Porto lutou demais, acreditou sempre.
Menosprezo
Contudo, nada justifica a apatia e a desorganização em campo.
Os jogadores acharam que podiam ganhar o confronto a qualquer momento.
Na falta de imaginação e de qualidade, especialmente na etapa final, o Metrô apelou para os inócuos chuveirinhos.
Que de tão frágeis, consagraram a atuação de Heverton (que fez uma única defesa difícil no 1º tempo).
Salvador
Um goleiro que foi inscrito às pressas, porque o titular Victor Hugo, 18 anos, depois de tomar 15 gols em 4 jogos acabou deixando o clube, e o reserva, Andrey, de 17 anos, possivelmente não estava pronto - ficou no banco.
Bem provável que ao longo de sua trajetória, Heverton tenha sido mais exigido em um jogo do futebol amador (defende equipes de Porto União e União da Vitória) do que na última quarta-feira (2).
Atitude
No caso do BEC, foi bom perder.
Para entender que só na técnica não vai dar.
Que é preciso ter o mesmo apetite do oponente.
Lição
O time até jogou bem no primeiro tempo - tirando a falha de marcação e atenção na leitura da jogada ensaiada que redundou no gol.
Tanto é que o goleiro Airon impediu a abertura do placar.
Porém, de maneira preocupante, caiu de produção na etapa final.
Muleta
Mesmo com alguns jogadores culpando o campo sintético e a retranca do adversário, não dá para tirar o mérito do Carlos Renaux.
A equipe brusquense jogou com alma, com sangue no olho.
O Blumenau não encarou dessa forma.
Aviso
Quem não comprar a ideia e humildemente entender como se joga uma segundona catarinense, pode se dar mal num futuro mata-mata.
Mín. 14° Máx. 25°