Estamos realmente preparados para incluir?

Tudo começa com o porquê.

E o nosso tem nome, rosto e coração: Vinícius Ian.
Quando recebemos o diagnóstico de autismo do nosso filho Vinícius, aos dois anos, nossas
vidas mudaram para sempre. Veio o medo, o silêncio e a falta de respostas, mas também o
amor, a coragem e um novo propósito. Foi dessa realidade que nasceu o Instituto Vinícius Ian,
uma entidade que hoje transforma vidas por meio da inclusão.

Fundado em Blumenau, o Instituto surgiu com um único compromisso: garantir que nenhuma
família enfrente o autismo sozinha. Em pouco mais de três anos, já realizamos mais de 500
atendimentos jurídicos gratuitos especializados em pessoas com deficiência em todo Brasil,
promovemos ações sociais, como as Cestas Mágicas de Natal, e demos início ao projeto de um
Centro de Excelência para o Autismo, que será referência nacional em atendimento
humanizado e gratuito.

Esta coluna nasce com o mesmo espírito: não apenas informar, mas dialogar. Vamos falar
sobre direitos, inclusão, acessibilidade, educação, trabalho, família e sociedade. Vamos
compartilhar o que aprendemos com quem vive isso na pele, e com quem deseja aprender a
respeitar, conviver e incluir de verdade.

E começamos com um alerta que não pode ser ignorado.

Pela primeira vez, o Censo do IBGE 2022 incluiu dados sobre o autismo. Os números são
expressivos: 2,4 milhões de brasileiros declararam ter diagnóstico de Transtorno do Espectro
Autista (TEA), o equivalente a 1,2% da população. Em Santa Catarina, são 91.600 pessoas, e
Blumenau aparece entre as cidades com maior número de diagnósticos: 4.837 casos, a 4ª
maior do estado.

Entre crianças de 5 a 9 anos, a proporção é ainda mais preocupante: 1 criança com autismo a
cada 38. E novas pesquisas de 2025 já apontam 1 para cada 30.

Diante disso, precisamos fazer uma conversa crucial:
Nossas cidades estão se preparando para essa realidade?
Escolas, empresas, espaços públicos, eventos, comércios, estão prontos para acolher?
Falar de inclusão vai muito além de colocar um símbolo azul na parede ou pintar uma vaga de
estacionamento. É formar pessoas, adaptar estruturas, mudar atitudes. É garantir
pertencimento.

Se continuarmos apenas observando, seremos cúmplices do descaso. Mas se decidirmos agir,
seremos parte da transformação.

Se você quer conhecer mais sobre o trabalho do Instituto Vinícius Ian ou precisa de apoio,
acesse nosso Instagram: @institutoviniciusian — lá estão todos os nossos canais de
atendimento, informações e próximos passos dessa jornada de inclusão.