Segundo levantamento dos extensionistas da Epagri, Santa Catarina encerrou a safra de maracujá com produção estimada em 70 mil toneladas, representando um crescimento em torno de 27% em comparação à safra 2021/2022.
Outro ponto positivo foi a média do valor pago ao produtor pela caixa de 11 kg, que este ano ficou em R$35 contra R$22 no ano passado. O principal mercado para a fruta catarinense é a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), mas ela também segue para redes de supermercados e centrais de distribuição de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte.
Segundo o engenheiro-agrônomo Diego Adílio da Silva, extensionista rural da Epagri em Cocal do Sul, a área plantada permaneceu – pouco mais de dois mil hectares -, mas a média de produtividade aumentou para 35 toneladas por hectare. Segundo a Epagri/Cepa, na safra 21/22 a produtividade foi de 27 toneladas por hectare e a produção ficou em 55 mil toneladas.
Diego também conta que o frio tardio resultou em atraso no início da colheita. “Para se ter uma ideia, em uma unidade de referência tecnológica acompanhada pela Epagri conduzida no município de Balneário Gaivota, no mês de junho de 2022 foram colhidas 300 caixas de 11 kg, pois a colheita já estava na fase final. No mesmo mês, em 2023, foram colhidas 660 caixas, mais do que o dobro do ano passado”.
Para Diego, a produtividade vem crescendo a cada ano devido a uma soma de fatores. Dentre elas, a adoção do vazio sanitário desde o ano de 2020, a melhoria na qualidade das mudas produzidas, o manejo da adubação, os tratos culturais e o controle de pragas e doenças. “Além da melhoria da produtividade, houve melhoria na qualidade da fruta produzida”, frisa ele.
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Em uma das unidades de referência tecnológica acompanhadas pela Epagri, no município de Sombrio, a produtividade foi de 60,9 t/ha, sendo 90% destinados para mesa e 10% para a indústria. “Isso evidencia a qualidade do fruto catarinense, que hoje é conhecido como o melhor maracujá produzido no Brasil”, revela o extensionista rural.
O vazio sanitário do maracujá foi estabelecido em Santa Catarina em 2020 por uma portaria da Secretaria de Estado da Agricultura como uma medida sanitária para proteger os pomares de maracujá-azedo do vírus do endurecimento do fruto. Durante o período determinado para cada município, é proibido cultivar ou implantar pomar, manter ou permitir, em campo, a presença de plantas vivas em qualquer fase de desenvolvimento.
A medida vale tanto para pomares comerciais quanto para cultivos caseiros ou urbanos. O cultivo de mudas pode ser mantido nesse período, desde que atenda aos critérios estabelecidos pela Cidasc. Em 2023, o vazio sanitário está em vigor de 1º de julho a 29 de agosto, com períodos específicos para cada região produtora.
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