Por Luiz Guilherme Hostert Pereira
Poucos podem dizer que saíram inabalados da experiência que é ler “A Little Life” (Uma Vida Pequena). Publicado em 2015 pela autora americana Hanya Yanagihara, o livro trata-se de uma narrativa incrivelmente rica, e igualmente avassaladora que através de uma construção magnífica de personagens e cenários, serve como uma análise profunda e intrigante acerca de temas como amizade, família, trauma, perda, classe, estigmas sociais, e a experiência humana em si; com os vários questionamentos e desafios que a cercam.
A essência da obra é sem dúvida, seus personagens. É intercalando entre os pontos de vista de quatro jovens amigos, recém-formados da faculdade e tentando ganhar a vida em Nova York, que “A Little Life” leva o leitor a conhecer até os detalhes mais íntimos das vidas de: “JB, O Artista”; “Malcom, O Arquiteto”; “Willem, O Ator” e “Jude, O Advogado”.
A riqueza de detalhes e caracterização de suas vidas e personalidades é realizada de forma
extremamente natural por parte de Yanagihara, ao longo das 950 páginas do romance, que atravessa décadas de desenvolvimento pessoal dos personagens fazendo com que o leitor se sinta parte do grupo de amigos. Tal jornada é tão imergente que muitas pessoas descreveram uma sensação de perda e vazio ao final leitura.
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A imersão provocada pela escrita intensifica as vivências presentes no livro, que traz à tona algumas das experiências mais terríveis possíveis, como depressão severa a abuso sexual, explorando os efeitos do trauma a longo termo, e como estes manipulam o psicológico humano, levando à culpa e dificuldade de manter relacionamentos.
Além de demonstrar como a divisão de classes sociais moldam todas as camadas da existência de uma pessoa. Ao longo de tanta angústia, o valor da amizade e a importância da família, não necessariamente a de sangue, é exaltado como não somente importante, mas essencial para a vida de um indivíduo.
Alguns leitores criticam o livro pelo excesso de aflição e eventos traumáticos descritos de forma explícita e árdua em seu decorrer, enquanto muitos defendem seu realismo e brutalidade honesta a respeito da vivência de sobreviventes reais. Fato é que obra causou um enorme impacto no público, ganhando diversos prêmios literários e recentemente sendo adaptada como uma peça nos palcos de teatro.
Caso esteja interessado em ler “A Little Life”, esteja ciente dos fatos citados acima, trata-se de um livro difícil de ser lido, que contém temas cujos muitos leitores têm problemas em digerir. Priorize sua saúde mental!
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