O dia 21 de fevereiro nunca mais será o mesmo para a família Wachholz, em Blumenau. Em 2019, Sônia Lima e Celso Wachholz, passaram o aniversário de Bianca Wachholz sem poder dar um abraço na filha. Há cerca de sete meses, ela foi assassinada com um tiro no rosto disparado pelo ex-namorado, Everton Balbinott de Souza.
Na noite desta quinta-feira, a família e os amigos fizeram uma vigília em homenagem pela passagem do aniversário da artista blumenauense. De mãos dadas, com velas acesas, a oração do "Pai Nosso" foi ecoada em frente ao outdoor, na Rua 7 de Setembro, no Centro.
Reunidos abaixo da frase “Se ele não tivesse te assassinado na frente da tua mãe, estaríamos comemorando os teus 30 anos,” a intenção dos pais é relembrar o caso que chocou Blumenau no ano passado e, principalmente, chamar a atenção da justiça.
"A gente não tem mais vida própria. Sofremos dia a dia, quando acordamos, levantamos, não temos mais prazer de viver. A saudade é muita. É eterna. Ele conseguiu destruir nossa família por completo," conta emocionada Sônia Lima.
A mãe, que presenciou o assassinato da filha, busca forças sobre humanas para poder homenagear Bianca neste dia 21. "Uma pessoa dessa (Everton) não pode mais viver em sociedade, ele é um perigo. Assim como ele fez pra minha filha, ele poderá fazer com outra família. Eu só quero justiça. Que ele sinta na carne, cada dor que ela sentiu," diz Sônia.
Sônia Lima e as amigas de Bianca estão fundando o "Instituto Bia Wachholz". A ideia é fazer movimentações pela cidade, bem como um trabalho junto aos CREAs de Blumenau para orientar as mulheres vítimas de violência doméstica.
A intenção também é promover palestras em empresas interessadas em abordar o assunto com os colaboradores, com o objetivo de acabar com os casos de agressões psicológicas e físicas, antes que aconteça mais um feminicídio.
A amiga de Bianca, Naschara Nogueira Filiponi, junto com a família, diz que o dia é de lembrança, mas também de reflexão. "É muita crueldade um ser humano achar que pode tirar a vida de outra pessoa. A Bia sempre falava do tão sonhado 30 anos, que era a melhor fase da vida da mulher. Tenho certeza que onde ela estiver, ela vai estar feliz por essa homenagem," conta Naschara.
Em 8 de novembro do ano passado, a defesa de Everton Balbinott de Souza entrou com um recurso contra a sentença que levará o acusado à júri popular.
O juiz Juliano Rafael Bogo, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Blumenau, negou no dia 31 de outubro o pedido de revogação da prisão preventiva do réu.
O processo está no Tribunal de Justiça de Santa Catarina onde será julgado por três desembargadores que analisarão se há elementos, dentro da Lei, que conduziriam Everton ao tribunal do júri.
Bianca Mayara Wachholz foi morta no dia 25 de julho, na casa da mãe dela, pelo ex-namorado, Everton Balbinott de Souza. O crime foi testemunhado pela mãe da vítima, Sônia Wachholz. Balbinott não aceitava o fim do relacionamento com Bianca e assassinou ela com um tiro no rosto.
Um dia antes de cometer o homicídio, o suspeito já havia ameaçado a vítima dizendo que a mataria colocando uma arma de fogo em sua cabeça. Bianca, assustada e com medo, foi até a casa dos pais e naquele mesmo dia enviou um áudio pelo WhatsApp a um amigo do casal relatando tudo o que havia acontecido e disse que faria um boletim de ocorrência.
Cerca de uma hora depois, Everton pulou o muro da residência, que fica no bairro Itoupava Central. Bianca disse à mãe que ouviu alguém entrando. Ao abrir a porta da cozinha ela se deparou com o ex-namorado da filha e convidou ele para entrar. Em seguida, Bianca aparece no corredor e pergunta se Balbinott estava armado. No mesmo momento ele saca o revólver e persegue a vítima.
Bianca se desequilibrou e caiu no chão do banheiro. Foi neste momento que Everton para em sua frente e diz, segundo relato da mãe “eu disse que ia te matar!” e faz um único disparo diretamente no rosto de Bianca que morreu na hora. O suspeito fugiu e se apresentou a polícia um dia após cometer o crime.
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